segunda-feira, 17 de março de 2014

O mundo em que pagar para ter acesso à educação não terá mais sentido


Você conhece o cara desta foto? Ele é responsável por algumas transformações na área de educação que vão mudar a forma como seus filhos irão às escolas.

Para quem não sabe, este é Salman Khan, o criador da Khan Academy, uma organização sem fins lucrativos de educação online, que busca universalizar os temas básicos da educação. A idéia é transformar o portal criado por ele em uma sala de aula gratuita e global, onde todos possam aprender juntos!

Kahn começou publicando aulas de matemática, usando poucos recursos, vídeos curtos e incrivelmente didáticos. Logo, os assuntos foram se diversificando (“Sal” era analista de fundos multimercado, e dá aulas sensacionais de economia!), a equipe cresceu, os patrocinadores também e a plataforma se aperfeiçoou.

Hoje, já é possível assistir a aulas de história, arte, química e muito mais. Eu mesmo já usei bastante o site para relembrar conceitos de lógica, probabilidade e outras coisinhas que contam bastante na hora de prestar o exame da ANPAD.

O modelo de negócio de Kahn não é muito revolucionário, visto que a educação à distância já é uma realidade há bastante tempo e visto também que já existem diversas instituições oferecendo seus cursos via internet. Mas ele é =)

A sacada de Khan foi deixar todo o conteúdo livre e se orientar (SEMPRE!) pelas necessidades de seus usuários/clientesalunos. As grandes universidades, por exemplo, não detectaram que era melhor diminuir a duração dos vídeos e ir direto ao ponto. Ao invés disso, pegaram os cursos presenciais, gravaram e colocaram na internet. Se os cursos na internet têm um público-alvo totalmente diferente do presencial, por que o conteúdo e a forma deveriam ser os mesmos?

Bom, escrevi isso tudo porque ouvi uma entrevista do Salman Khan esta semana na Harvard Business Review, na qual lhe fizeram a seguinte pergunta:

HBR: “A Khan Academy está claramente quebrando conceitos na educação. Ela significa o fim de alguns participantes desse mercado?"

Khan: “Ainda que a Khan Academy não existisse, o mundo no qual um modelo de negócios está baseado em cobrar pelo acesso à informação – e não falo nem de informação nova, mas sim de ciências de 300 anos, como a matemática – está sumindo. Acredito que os editores reconhecem isso e enxergam oportunidades neste cenário”.

Essa foi uma das mais incríveis avaliações de modelo de negócio que eu já vi. Depois de lê-la, parece óbvio... o mundo mudou, a informação está cada vez mais acessível e as próximas gerações não vão pagar por modelos de negócio que não criam valor para suas vidas.

Por isso, devemos correr atrás de modelos de negócios que substituam propostas ultrapassadas e antigos. Modelos mais sustentáveis, por exemplo. Como estará sua empresa daqui a 5 ou 10 anos? Você continuará entre os melhores fazendo o mesmo que fez na semana passada?

A boa notícia é que já existem ferramentas incríveis para avaliar e criar modelos de negócios. A principal delas é o Canvas – nosso tema para o próximo post. Até lá!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Marketing & Dia da Mulher

Tentei fazer um post sobre Marketing & Carnaval, mas a verdade é que não achei referências criativas para mostrar aqui. Queria falar sobre empresas que aproveitaram a oportunidade para criar campanhas relacionadas à maior festa do Brasil, mas só encontrei mais do mesmo.

(De qualquer forma, quem tiver interesse, veja aqui algo sobre isso que saiu na EXAME).

Resolvi falar então sobre Marketing & Dia da Mulher. Entre piadas cansativas e elogios bonitinhos, li algumas coisas a respeito da mulher e sua conquista no mercado de trabalho. Quase tudo que eu li também foi mais do mesmo. Eu não sou muito fã de polêmica que é mais resultado de um senso comum do que de uma opinião própria. E, sobre esse assunto, eu acredito que o lugar no mercado vai ser conquistado para quem quer suar a camisa e para quem entender que dinheiro é simplesmente consequência. Seja homem ou mulher, se você não tem preguiça de fazer e acontecer para realizar um bom trabalho, seu lugar no topo está garantido.



Bom, mas por que razão então esse assunto ainda é tão polêmico? Pensando em cargos de liderança e, apesar do número crescer a cada ano, a % de homens ocupando um cargo de líder ainda é maior. Por isso, baseado apenas no fato de eu ser mulher e de ocupar um cargo de gerência, escrevi algumas características femininas que podem atrapalhar na busca e/ou na permanência em um cargo de chefia. Eu não me baseei em nenhuma pesquisa, é só o meu ponto de vista de acordo com minha realidade. 

(E seria legal se vocês comentassem com mais opiniões =)

SENTIMENTO DE CULPA: do mesmo jeito que há mulheres que não querem ter filhos para não interromper a carreira, têm mulheres que não querem assumir tantas tarefas no trabalho para não atrapalhar as outras responsabilidades pessoais (ter filhos, cuidar dos filhos, da casa, dos pais, etc). A boa notícia é: os homens preferem que a gente trabalhe! Quem não quer viver com dois salários no começo do mês? E, como consequência, eles estão cada vez mais dispostos a dividir tarefas de casa. Dessa forma, eles dividem também o sentimento de CULPA e nos ajudam a administrá-lo.

DIFICULDADE PARA TRABALHO EM GRUPO: quem já ouviu a piada de que uma moça encontra outra saindo do cabeleireiro e elogia o novo corte; quando a outra vira as costas, reclama pra amiga: “na verdade ficou horrível”. Já o homem encontra o amigo na mesma situação e não hesita em xingar o novo corte e, quando vira as costas, comenta que ficou legal. Mulher é assim! Funciona como um paradigma mundial que parece invencível. Enquanto não aprendermos a agir de forma mais sincera e menos emotiva, especialmente com outras mulheres, teremos dificuldade em liderar grupos.

EMOÇÃO: chorar no trabalho é ridículo e imperdoável. Toda vez que você fizer isso, você perde sua razão. E com toda razão.


E aí? Concordam?

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Curso sobre Marketing e Empreendedorismo com os autores do Caderno de Marketing


Pessoal, é com muito orgulho que trago para vocês o primeiro curso promovido por esse Blog que vos fala há mais de 3 anos! Eu e Loraine Santos vamos dar algumas aulas e tem também muita gente interessante participando.

Serão 30 horas de curso + exercícios - que podem ser feitos presencialmente, em Londrina-PR ou ao vivo, via internet. Dêem uma olhada nas datas e temas abaixo:

24/03 | Loraine Santos - Planejamento estratégico e ferramentas de marketing
07/04 | Pedro Conte - Canvas - Criando novos modelos de negócio
28/04 | Angelo Jardinette -  Vendas - Escolhendo as guerras certas para lutar
12/05 | Mariana Matias -  Redes sociais - Estratégias para captar, manter e surpreender clientes
26/05 | Leo Moura e Daniel Trindade - Branding - Gestão de marcas para pequenas empresas
09/06 | Eder Manchebo - Deixe o Excel trabalhar por você
23/06 | Moacir Vieira - Impostos, financiamentos e controle financeiro da sua empresa
07/07 | Flavio Tavares - Como criar valor para (e através da) sua equipe de vendas
21/07 | Gustavo Villa - Usando Google como parceiro do meu negócio
04/08 | Pedro Conte - Design Thinking - Ferramenta para inovar

Se o conteúdo interessar, é só clicar aqui e fazer sua inscrição.
Tenho certeza de que vocês irão curtir (e muito)!

Um abraço e #vai2014!



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Cada geração encontra sua forma de lutar contra as injustiças que encontra"

“Uma idéia de mudança, um desejo de renovação. Somos uma idéia de um mundo onde a corrupção não exista, onde a liberdade de expressão não seja apenas uma promessa, e onde as pessoas não tenham que morrer lutando por seus direitos. Não somos um grupo. Somos uma idéia de revolução. Acreditamos que cada geração encontra sua forma de lutar contra as injustiças que encontra.”  Manifesto no site do Anonymous

Não tenho apreço especial pelo Anonymous, principalmente porque acho que quem protesta, quem luta, precisa mostrar a cara. (Não é essa discussão que quero priorizar nesse post, mas tem um texto muito bom sobre o tema aqui, no blog da Super Interessante).

Mas há uma frase aí acima, em negrito, que é sensacional (tanto quanto o espírito de revolução e mudança). Cada geração atravessa problemas diferentes e cada uma desenvolve as ferramentas que puder para resolver esses problemas.


Eu acredito que a nossa geração, além do ativismo pacífico, está deixando passar uma ferramenta muito importante. Um ferramenta que tem ainda mais poder para mudar o mundo e resolver os problemas à nossa volta. O nome dessa ferramenta é... dinheiro.

Pense nos maiores problemas ao seu redor como violência, obesidade, stress, poluição, desemprego, sistema de saúde precário, corrupção, entre outros. Agora pense em como temos tentando solucionar estas questões. Para resolvê-las a proposta corrente se resume a:

1)    Os cidadãos e as empresas geram riqueza.
2)    Esta riqueza é transferida para o governo na forma de impostos.
3)    O governo se encarrega de resolver os grandes problemas com esses impostos.

É óbvio que esse modelo não funciona. Basta olhar para o lado e ver quais são os motivos que levaram a população às ruas nos últimos meses. Basta ver que são os mesmos problemas enfrentados pelo mundo todo. Basta ver que no domingo passado houve protestos no Brasil, na Venezuela, em Kiev e na França, ao mesmo tempo.

Já testamos também o plano B. Quando o modelo dos impostos deu pau (pois não resolve os problemas na velocidade em que precisamos) começamos a criar ONGs. Afinal, estes problemas são muito complexos para que o governo consiga cuidar de tudo com o cuidado que cada tema merece.

Entra um novo agente na jogada, a Organização Não-Governamental, que funciona com ou sem dinheiro do governo e que também depende do financiamento de cidadãos e empresas. Melhorou o panorama, resolvemos algumas coisas, mas ainda sem a velocidade necessária. Por quê? Porque as empresas, os mais relevantes participantes dessa equação, ficaram de fora!

Cerca de 80% de todo o investimento do mundo é feito por empresas. É algo como dizer que, para cada 1 real que o governo investe em educação no Brasil, as empresas investem 4. E no entanto, tendemos a crucificar quem ganha dinheiro por aqui. Pedir aumento, ok. Ficar milionário, jamais.

O duro é que os pepinos que iremos enfrentar nos próximos anos são muito grandes. As empresas podem (e devem) nos ajudar a resolvê-los, pois são as únicas capazes de criar escala para as principais soluções. Vamos a dois exemplos:

O governo teve um papel importante na criação e regulamentação da internet? Teve. As ONGs têm feito um trabalho importantíssimo para universalizar o acesso a ela? Sim. Mas quem colocou a internet na casa de mais de 100 milhões de pessoas? As empresas.

Quer outro exemplo? Vamos lá. Temos 7 milhões de alunos atualmente cursando o ensino superior na terra brasilis. Quanto tempo demoraria para criarmos este número de vagas através de escolas públicas, somente? Alguém acha que a FGV presta um desserviço ao Brasil?

E porque as empresas entram nessa história de resolver problemas e melhorar a vida das pessoas? Por que implantar um sistema de telefonia em um país? Por que criar vagas em universidades?

Porque elas ganham dinheiro. Porque lucram no decorrer do processo. E tudo bem, esse não é o problema!

Precisamos deixar de odiar a mais-valia. Precisamos deixar de odiar as pessoas que acumulam dinheiro. Devemos odiar somente as pessoas que "contam o vil metal" em detrimento dos outros seres.

Claro que também entram na equação os serviços horríveis de telefonia a que temos acesso. Claro que precisamos avaliar e reavaliar a qualidade da educação oferecida pelas escolas particulares. E aí que podem atuar com mais eficiência o governo e as ONGs. Quando o dinheiro começa a pesar demais, devemos, sim, interferir.

O poder público tem um papel muito importante a desempenhar. Os cidadãos e ONGs também. Mas a verdadeira revolução está nas mãos das empresas.

Os empreendedores podem resolver os problemas do mundo.


PS: Se você chegou até aqui achando que isso tudo é conversa "da direita" e que Marx deve estar se remoendo no túmulo porque o termo "mais-valia" aparece em um blog cujo tema principal é "marketing", calma. Você verá nas próximas semanas uma série de exemplos de empresas que ganham dinheiro e resolvem a vida de muita gente.

Se você é um cara que acha que esse blog é muito "de esquerda", que esse negócio de sustentabilidade não tá com nada, tudo bem. Sua empresa vai falir nos próximos 10 anos ou será comprada por alguém com mais vontade de trabalhar. =)

Se você é um dos que acha que protesto sem violência não é protesto, parabéns. Você é a razão pela qual demoraremos 10 anos a mais na "formatação do Brasil".

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Think outside the box

Na semana retrasada eu falei sobre líderes sustentáveis e na semana passada o Pedro falou sobre empresas sustentáveis. Por isso, vou pedir licença para contar um (auto) case e provar que é possível ser sustentável independente da área de atuação da sua empresa e da (pouca) grana que ela tem. Vale a pena ler para tentar encontrar um caminho sustentável para empresa que você atua.

Lembre-se que o segredo é: think outside the box.

Eu trabalho na GolSat, uma empresa de rastreamento. Diferente de 90% de seus concorrentes, o negócio da GolSat não é recuperação de veículos roubados. Atendemos o mercado corporativo que possui carros para exercer suas atividades. O rastreador consegue captar uma série de infos do carro: velocidade, Km, horário que ligou e desligou a ignição, RPM, etc. e o software transforma esses dados em gráficos e relatórios e ajudam as empresas a melhorar a gestão da frota e dos condutores.

Antes de ler, tente chutar a resposta: como uma empresa que vende rastreador consegue aproveitar o seu negócio para atuar de forma sustentável?

A GolSat conseguiu! Ela criou algo que não existia no mercado. Isso é incrível né? Inventar algo nos dias atuais é um desafio e tanto.

Lembra que eu falei no meu post passado que enxergar o cenário é o primeiro passo para pensar em atitudes sustentáveis? Pois então, visualize o cenário abaixo:
- o Brasil é o país que mais mata no trânsito (mais de 60 mil mortes por ano).
- Acidentes de trânsito é o segundo maior problema de saúde pública do nosso pais (perde só pra desnutrição).
- A frota brasileira é de 75 milhões de veículos, sendo que 7 milhões estão licenciadas em nome de pessoa jurídica, ou seja, pertencem às empresas.
- Uma empresa pode ser responsabilizada criminalmente quando seu colaborador é culpado por um acidente grave usando o carro da corporação.
- O departamento de frotas é o que mais gasta dentro de uma empresa (na verdade, perde pra folha de pagamento de funcionário).
- A profissão Gestor de Frota é um pouco marginalizada, ou seja, não existe curso de formação para categoria ou onde buscar mais informação.
- Ele lida com vários fornecedores (rastreamento, combustível, telefonia, manutenção, etc) e com vários departamentos (RH, suprimentos, logística, financeiro, etc).

O grande link que fizemos foi: QUAL A RESPONSABILIDADE SOCIAL QUE ESSAS EMPRESAS POSSUEM, UMA VEZ QUE DEIXAM SEUS CARROS NA MÃO DE SEUS FUNCIONÁRIOS?




A partir disso, a GolSat criou o P.A..RA.R: Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando Frotas com Resultados, um fórum reúne as empresas frotistas com o objetivo de compartilhar informações sobre o mercado e discutir a cultura de segurança de trânsito dentro das corporações. Em um ano, a GolSat realizou 10 edições do PARAR em 7 cidades diferentes, reuniu 1600 gestores de frotas de 950 empresas diferentes (as maiores do país), representando uma frota com mais de 300.000 veículos. Além disso, grandes parceiros e especialistas do mercado se uniram à GolSat para ajudar a alavancar o PARAR, entre eles a Global Fleet, o maior movimento europeu projetado para fornecer informações importantes aos gestores de frotas. O PARAR foi convidado para participar do fórum deles que vai acontecer em Bruxelas em junho e eles vem para o RJ participar da 11ª edição do PARAR que acontece em março.

A GolSat gastou ou ganhou dinheiro com o P.A.R.A.R? Gastou. Pouco, mas gastou.
Mas ela e outras empresas envolvidas no P.A.R.A.R. estão construindo um valor subjetivo imensurável. Uma empresa que possui frota precisa fechar negócio com um fornecedor confiável, pois a parceria será de longo prazo. Ou seja, o tanto de negócio que foi gerado para GolSat após o P.A.R.A.R. paga todo o evento e ainda cria um valor subjetivo muito importante que reflete em como o mercado está enxergando a empresa.

Através do PARAR, a GolSat está ajudando os gestores de frotas a se profissionalizarem e está contribuindo na busca por um cenário de trânsito mais positivo. A empresa está sendo reconhecida mundialmente como a única empresa que uniu tecnologia, rastreamento e sustentabilidade. E a única empresa que faz alguma coisa em prol do trânsito brasileiro voltado para um público corporativo. Os funcionários da GolSat sentem-se extremamente felizes e motivados para trabalhar por uma causa. Os clientes GolSat sentem orgulho de contratar os serviços de uma empresa que, mais do que vender, quer ajudá-lo a melhorar a gestão de frota dele.

E você? Como você pode usar o seu negócio para fazer a diferença?



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sustentabilidade, lucro e capitalismo




A Loraine abordou, no post passado, um tema que tem me encantado cada vez mais – e que estará bastante presente este ano no blog. A sustentabilidade está deixando de ser tema de ecochatos para se tornar uma agenda diária em todas as empresas.

Muitas oportunidades decorrerão de iniciativas sustentáveis nos próximos anos, e, na verdade, este tem sido o cenário desde sempre. Quem consegue se organizar com planos de longo prazo, sem deixar cair a bandeja no dia-a-dia, consegue criar diferenciais estratégicos para o negócio e se manter no mercado por um bom tempo. Ou seja, consegue ter um negócio sustentável.

Eu espero que o discurso da sustentabilidade atraia sua leitura por seu caráter e pela formação que você teve na (e da) vida. Espero que você busque a sustentabilidade porque trabalhar de forma sustentável é mais eficiente e mais gostoso. Contudo, se o seu objetivo é somente chegar ao próximo milhão, tudo bem. Ser sustentável dá dinheiro. E muito.

Na próxima série de posts, vamos falar sobre como ganhar dinheiro resolvendo problemas sociais e estruturais a sua volta. Vamos falar também sobre como empreender iniciativas sustentáveis mesmo em ambientes onde isso parece não fazer sentido. Vamos falar sobre inovação e seu papel estratégico nas empresas e na geração de ideias e produtos que geram lucro resolvendo problemas dos clientes.

Marketing trata de reconhecer necessidades dos clientes e atendê-las gerando lucro, certo? Sustentabilidade também. Sustentabilidade e capitalismo nunca tiveram tanto em comum.

O capitalismo não é um sistema perfeito – e está longe de sê-lo. Contudo, ele já nos deu inúmeros exemplos de que pode se transformar e melhorar a qualidade das relações tanto entre homens e seus pares quando entre os seres humanos e o meio ambiente em que estamos inseridos.

Foi na era capitalista que as relações de escravidão foram suprimidas, por exemplo, e foi também neste cenário que os consumidores passaram a demandar das empresas respostas às questões ambientais e sociais como uso de energias sustentáveis, alimentos menos danosos à saúde, entre outros. O sistema não é perfeito, mas tem fôlego para reinventar-se.

Marketing trata de reconhecer necessidades dos clientes e atendê-las gerando lucro, certo? Sustentabilidade também.

Antes de começar esta série de posts, vou emprestar algumas definições apresentadas pela professora Margaret Baroni sobre o que é, de fato, desenvolvimento sustentável. (Para saber mais sobre o tema, leia o artigo completo aqui).

Existe uma confusão grande sobre o que seria desenvolvimento sustentável, pois a cada dia usamos o tema com um significado diferente.  Há quem diga que 1) desenvolvimento sustentável é a mesma coisa que sustentabilidade ecológica e há também os que 2) confundem desenvolvimento sustentável com desenvolvimento econômico e afirmam que o desenvolvimento sustentável é nada mais que a satisfação constante das necessidades humanas.

As duas visões estão erradas. A primeira porque exclui toda a dimensão social e econômica do debate como se fosse possível ser sustentável sem ganhar dinheiro ou resolver problemas sociais, por exemplo. Já a segunda visão nos leva a acreditar que o problema é a falta de dinheiro. Que não somos sustentáveis porque não temos dinheiro suficiente para que todas as pessoas possam ser sustentáveis.

A abundância de recursos não eliminou a pobreza nem melhorou a divisão do bolo (de fato, a quantidade de pobres no mundo subiu de 17% para 23% da população mundial nos últimos 50 anos). Assim, a dimensão de que o crescimento econômico gera civilizações sustentáveis não pode ser considerada. Progresso econômico e sócioambiental não são a mesma coisa. Estão relacionados, mas não querem dizer o mesmo.

Desenvolvimento sustentável que dizer: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades (definição adotada pela WCED).

E, até a nossa próxima conversa, eu deixo um desafio para vocês. Para que seu negócio esteja vivo daqui a 10 anos, o que deve ser sustentado? Por quê? Para quem?



Dica: lembrem-se de que do tripé da sustentabilidade, também chamado de triple bottom line: Pessoas, Planeta, Lucro.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Liderança Sustentável: por onde eu começo?

Você sabe o que é liderança sustentável? Eu confesso que não sabia muito sobre isso e, pasmem, o Google também não. Faz o teste aí: digita líder sustentável no Google Imagens.



Viu?! CO2 está longe de definir esse conceito. A boa notícia é que o assunto está meio que “na moda” e é fácil encontrar infos sobre isso em revistas corporativas bacanas. Baseado em tudo que li e aprendi sobre o assunto, desenhei 4 passos que vão ajudá-lo a ser um líder sustentável. Eu acredito MESMO que a gente pode transformar nossas relações pessoais e profissionais quando decidimos ser agentes de mudança. Se você não pode mudar o mundo todo, você com certeza pode mudar o mundo de alguém. Clichê, mas real. Go!

Antes, é importante entender que sustentabilidade não é sinônimo de meio ambiente. O tripé da sustentabilidade, também chamado de triple bottom line (People, Planet, Profit), é ter atitudes que provoquem resultados no âmbito social, econômico e ambiental

1. O CENÁRIO: um novo olhar sobre as velhas coisas
Compreenda o cenário que você faz parte. Amplie o seu olhar e descubra detalhes do ambiente em que você atua. O que minha empresa faz? Por que ela faz isso? De que forma o que ela faz muda a vida do cliente que ela atende? Tem mais gente no mundo que faz o que ela faz? Quais dificuldades que ela enfrenta pra conseguir atuar?
Um exemplo: a Nestlé diz que não vende simplesmente produtos. E sim que ela contribui para suprir as necessidades de um mundo com 9 bilhões de desnutridos.
Manja?

2. GERAÇÃO DE VALORES: muito além do meio ambiente
Quando pensar em fazer alguma coisa (qualquer coisa!), treine sua mente na perspectiva de gerar valores e resultados que reflitam na performance social, econômica e ambiental da:
.empresa que atua
.equipe que gerencia
.clientes que atende
.pessoas com quem se relaciona
Enquanto a maioria das pessoas/empresas foca nos resultados econômicos, trate o tripé com igualdade e esteja ciente de que quando você é sustentável socialmente, muitos problemas econômicos e ambientais são automaticamente resolvidos.

3. GERAÇÃO DE CONTEÚDO: ofereça mais do que pedem
Aproveite a oportunidade do seu negócio para fazer a diferença no seu mercado. E tem como? Ô se tem. A RED BULL, por exemplo, se transformou quando resolveu se posicionar como uma empresa geradora de conteúdo voltado a esporte, cultura e estilo de vida. Algum líder sustentável deu essa ideia pra marca.

4. O ALTRUÍSMO: eis o grande segredo
O jeito que você faz as pessoas se sentirem sobre elas mesmas diz tudo sobre você. Coloque a necessidade do outro à frente da sua e colha resultados mais verdadeiros, mais duradouros e mais sólidos. Eu sei que enxergar as coisas de uma forma diferente pode parecer difícil. E muitas vezes até é. Só que você precisa começar. Você tem mais em comum com Henry Ford, Martin Luther King, Steve Jobs e Ozires Silva do que você pensa.




É difícil começar, porque muitas vezes você trabalha em uma organização que não valoriza um líder sustentável. Mas se quer uma dica: FAÇA UMA COISA COMO SE FOSSE A SUA PRIMEIRA VEZ OU A SUA ÚLTIMA VEZ. O resto vai virando consequência.

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(Colaboração na organização dos tópicos: Flavio Tavares, Diretor de Marketing & Vendas da GolSat)