segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ser social dá dinheiro

"Esse blog foi criado com papel digital certificado FSC". Papel digital o quê? Papel digital?

Toda empresa deveria defender uma causa, porque toda marca tem que ter um conteúdo. Aaker diz que “nada é mais emocional que a marca em uma organização”. O sucesso de uma marca depende da sua capacidade em criar uma ligação emocional com seus consumidores. Por isso as empresas investem tanto em anúncios e spots, mesmo quando estes não têm nenhum apelo de venda. Por isso as verbas com eventos e patrocínios sobem a cada ano.

Eu acredito que toda organização existe para transformar o ambiente do qual faz parte. Admiro as pessoas que sabem multiplicar dinheiro investindo em uma empresa aqui, comprando e revendendo imóveis ali e combinando os ganhos dessas operações com a compra de títulos do tesouro que vencerão nos próximos 15 anos. Mas eu sou apaixonado mesmo é por aqueles que criam negócios (e ganham dinheiro) transformando a vida das pessoas - seja melhorando a vida dos consumidores diretamente com seus produtos ou usando o poder de influencia da empresa para atuar em frentes que não estão diretamente relacionadas com o negócio central (core business, se você preferir).

Por isso, uma das formas mais poderosas de marketing que existe é dotar a sua marca de uma personalidade. Um dos melhores conteúdos que você pode dar para a sua marca é fazer com que ela extrapole o universo das lojas e chegue até o universo das casas, famílias e escolas.

É melhor que as associações tenham a ver com o negócio, mas isso não é uma regra. A regra é associar-se a temas que são caros aos seus consumidores. Empresas de mídia, por exemplo, podem se associar a causas regionais. Aqui em Londrina há um jornal que se associou à luta pela segurança (Jornal de Londrina), por exemplo, e também uma emissora de rádio (CBN) que busca melhorias para o aeroporto.

Temos outros casos famosos, como as campanhas super políticas da Benneton, que nada tem a ver com a venda de roupas ou o Criança Esperança da rede Globo (que não está ligado às novelas e programas de auditório). As empresas investem em responsabilidade social porque querem fazer alguma diferença na sociedade em que estão inseridas ou porque acreditam que ao fazer isso vão vender mais os seus produtos. Por que não juntar as duas coisas?

Como Aaker disse, as marcas são emocionais. O processo de compra também não está baseado na razão, mas sim em experiências de vida. Duvida? Você tem mais chance de comprar uma roupa se alguém disser que a marca era bacana? Você tende a ver um filme porque ele foi recomendado por um amigo? É mais provável que um filho torça pelo mesmo time do seu pai, mesmo que isso signifique sofrimento e derrotas?

A responsabilidade social corporativa só virou moda porque isso ajuda as empresas a ganharem mais dinheiro. Os selos de “Produto Orgânico”, “Empresa amiga da criança” ou “FSC” estão aí porque escolhemos comprar os produtos que tenham esses carimbos.

Ainda bem.

Um comentário:

  1. Muito bom post. De que forma as empresas de pequeno porte podem realizar seu papel social com pouquíssimo investimento?

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